A ideia estruturante parte da definição dos expositores. Estes desenham-se em formas complexas ao longo da parede que se assume contínua a toda a loja. A necessidade desta complexidade advém do assumir de controlo do espaço que se caracteriza pela sua amplitude.
Os expositores estruturam-se como uma teia formando superfícies verticais para apoio de óculos e horizontais onde simplesmente estes pousam. Pretende-se apontar uma ilusão de imaterialidade, como se os expositores pairassem em constante movimento.
A restante área de loja pauta-se pela mesma definição. Os vidros lacados e transparentes contribuem para a noção de imaterialidade, os elementos físicos tal como balcões e mobiliário de exposição formam-se de modo semelhante aos expositores, como se o seu movimento tivesse sido interrompido, mantendo-os congelados numa posição de inevitável dinamismo.
O pavimento da loja assume-se como um elemento de estabilidade, um contraponto a toda esta imponderabilidade. A madeira de sucupira negra é um oceano de tranquilidade que se espalha por toda a área da loja.
Arquitectura: Jorge Sousa Santos, Ismael Prata, Sofia Oliveira, Agnieszka Stachanczyk.
Cliente: Plinio, Ana e André Leal.
Projecto: 2009.
Construção: 2010.
Localização: Lisboa Av. da Liberdade.
Finalista Building of the Year 2010 Awards, Archidaily.