A intervenção comporta a recuperação de alguns edifícios existentes do campus, e a construção de novos edifícios.
As construções novas caracterizam-se em primeiro lugar por um desenho de implantação que respeita as direcções dos vários blocos existentes criando um sistema urbano interno no recinto escolar. Pretende-se com esta organização optimizar os espaços livres de modo a que seja utilizados como área de recreio e ao mesmo tempo garantir os espaços necessários aos campos desportivos exteriores, o que dada a manifesta escassez de área exterior é um exercício de optimização espacial de alguma dificuldade.
Ao mesmo tempo que as construções novas se assumem com a sua dimensão contemporânea, existe uma ligação formal entre as pré-existências visível através das suas similitudes de proporção, jogos de altura e continuidade entre planos limite dos edifícios.
O edifício da biblioteca é um volume obliterado por quatro pátios interiores, e intersectado por uma rampa que é, apesar das sua promiscuidade com o espaço interior, um espaço exterior. Esta rampa que nasce de um fundamento funcional: a necessidade de criar um sistema de acesso para pessoas de mobilidade reduzida. Mas mais do que um sistema funcional a rampa constitui-se como a reinvenção da “promenade architectural” moderna criando através de uma dança de contactos com o interior, uma relação híbrida, com a biblioteca. A rampa, em grande parte da sua configuração, funciona no interstício entre uma fachada falsa (um pano de betão armado do limite poente) e a fachada “real”.
Arquitectura: Jorge Sousa Santos, Pedro Sequeira, Vyernu Patel, Bruno Ferraz, Patricia Costa, Ismael Prata, Sofia Oliveira, Nuno Gomes, Paulo Marques.
Cliente: Parque Escolar.
Projecto: 2009.
Construção: 2011-2012.
Localização: Torres Vedras.