O carácter excepcional do Vale do Côa é sublinhado pela intervenção artística, que desde logo passa pela fixação de uma determinada leitura da natureza. A expressão do artista, não se constitui somente por uma vontade interior, mas sim pela interacção entre a força telúrica do lugar e a vontade de expressão do indivíduo.
A paisagem, elemento catalisador do evento é o fundamento do edifício, do mesmo modo que a manipulação da paisagem pelo indivíduo, ou melhor, do mesmo modo que as pre-existências que constituem manipulações humanas. Desta forma a superfície da rocha corresponde a uma incorporação da natureza na definição do próprio objecto de arte.
O edifício parte de um reconhecimento dos objectos construídos no território. No terreno de intervenção os muros de divisão de propriedade assumem-se como marcas da intervenção humana. Independentemente do seu valor formal pretende-se recuperar estas intervenções como eixo estruturante de um percurso que irá formar o museu.
Arquitectura: Jorge Sousa Santos, Mário Crespo, Eliana Sousa Santos.
Museologia: Met Studio. consultoria marketing: Artevisão.
Requerente: Consurso público para a elaboração do projecto do museu de arte e arqueologia do Vale do Côa.
Data: Março de 2004.
Localização: Foz Côa museu de arte e arqueologia do Vale do Côa.